Mobilização está relacionada à luta dos demais alunos secundaristas do RS. As aulas nesta escola estão suspensas por prazo indeterminado
Aprovada ontem em assembleia geral, a ocupação da Escola Técnica Estadual Canguçu (ETEC) por parte dos estudantes é o primeiro movimento deste porte já realizado no município.
Aproximadamente 30 estudantes se reuniram na noite desta segunda-feira (16) nas dependências da escola para debater a ação. O movimento, que conta com a solidariedade de alunos de outras instituições, decidiu pela ocupação da ETEC por prazo indeterminado.
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Desde então, o grupo passou a coordenar as atividades internas, como limpeza, preparação dos alimentos e organização das atividades diárias. Os estudantes se revezam para organizar a programação – que inclui aulões públicos, muralismo e cine-debate, dentre outras atividades.
Integrante do movimento, a estudante Janis Azevedo avalia que a ação, além de reivindicar pautas específicas relacionadas à educação, também exerce um papel de protagonismo, evidenciando a importância de todos os trabalhadores da área.
– A mobilização nos ajuda a ver coisas que podem passar despercebidas no nosso cotidiano, como a importância que os trabalhadores da limpeza exercem num espaço como este. Percebi o quanto é desvalorizado muitas vezes o trabalho deles, e o quanto fazem pela gente todos os dias – avaliou a militante.
Nesta terça-feira (17) a ocupação promove um cine-debate na própria escola, às 18h. O espaço será aberto a outros estudantes e apoiadores do movimento. Além de atender veículos de imprensa de todo o Estado, o grupo também se reveza para manter atualizada a página que mantém no facebook sobre a ocupação.
– A mobilização na ETEC está relacionada com a luta de todos os estudantes secundaristas do RS – explicou o estudante Cícero Silveira, que participa da ocupação.
Uma das faixas colocadas na entrada do prédio chama atenção para a luta contra a privatização do Ensino Médio. Recentemente o CPERS, sindicato que representa os professores do RS, aprovou a greve também por tempo indeterminado.
Depois disso cidades gaúchas como Porto Alegre, Pelotas, Rio Grande e, mais recentemente, Canguçu tiveram ocupações organizadas por estudantes.