Educação Popular no Campo através da implantação de uma Escola Família Agrícola na Região Sul (EFA-SUL) é o tema central de uma audiência pública promovida pela Câmara de Vereadores de Pelotas. O encontro acontece nesta quinta-feira (5), às 10h30, no plenário do legislativo.
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Parlamentares, comissão organizadora e a comunidade debaterão os principais pontos para a implantação da escola que formará técnicos em agricultura com especialização em agroecologia. O modelo leva em conta pilares como a pedagogia da alternância, o desenvolvimento do meio e a formação integral dos jovens. A instituição será gerida por uma associação local, criada para este fim.
Pedagogia da alternância
Uma semana na escola, uma semana na propriedade dos pais ou familiares. A fusão entre o conhecimento empírico herdado dos antepassados se mistura aos dados científicos, atualizados pelos professores. O resultado é a valorização do saber repassado pelas gerações antigas sobre temas ligados ao meio rural. O entendimento sobre a terra, os benefícios das plantas medicinais e tantas outras formas de patrimônio imaterial ganham novas cores. A conclusão nunca é definitiva, já que todo o processo parte de uma construção constante. Porém, enquanto tece uma nova rede com antigos e novos saberes, o estudante desvela um emaranhado de conhecimento que, no fundo, diz muito sobre si e sobre a história de cada família da região.
A definição da sede
Canguçu foi escolhido pelo Fórum da Agricultura Familiar para ser a sede da nova escola regional. O fórum é formado por mais de 100 entidades ligadas ao setor rural, contando com a participação de agentes públicos, universidades, movimentos sociais, associações e prefeituras, dentre outros. As aulas, que iniciam em março, ocorrerão na localidade rural denominada Glória, no 1º Distrito, junto ao prédio que abriga a Escola São João Batista de la Salle.
Reversão do êxodo rural
A permanência de egressos da EFA no meio rural foi o tema da dissertação de mestrado do pesquisador Adair Pozzebon, de Santa Cruz do Sul. Um dos dados levantados pelo trabalho acadêmico apontou que 82% dos ex-alunos permaneciam no campo, garantindo a manutenção da qualidade de vida no meio rural e contribuindo para a produção de alimentos mais saudáveis, já que a escola leva em conta a prática agroecológica.
Confira no vídeo abaixo a opinião de quem conhece de perto o trabalho desenvolvido por uma EFA