Com base em dados apurados pela Defesa Civil Municipal, EMATER e secretaria de Desenvolvimento Rural, o prefeito Gerson Nunes decretou situação de emergência em todo o município. O anúncio ocorreu nesta terça-feira (31) durante entrevista coletiva na Prefeitura Municipal.
A decisão leva em conta a drástica redução do volume de água dos córregos, mananciais e poços, além da principal barragem de abastecimento da cidade, que se encontra mais de 2 metros abaixo do nível normal.
Conforme o decreto 6.451, a escassez de água afetou significativamente o ciclo produtivo da agricultura e da pecuária, principais atividades econômicas do município. As perdas nas lavouras e pastagens se somam à queda na produção de leite e redução de peso do gado de corte.
Um estudo sobre os efeitos da estiagem foi encaminhado pelo escritório local da EMATER. O documento aponta que, somadas, as culturas do milho, soja e feijão 2ª safra devem acumular um prejuízo superior a R$ 26 milhões. No caso do milho e do feijão, as perdas podem chegar a 60%.
Com o anúncio, Canguçu poderá buscar, dentre outros recursos, o acesso às políticas de incentivo do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) voltadas à população atingida por situações emergenciais. Neste caso, uma das possíveis medidas é a tentativa de renegociação das dívidas oriundas de programas como o PRONAF E PROAGRO.
A Defesa Civil Municipal, coordenada pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Cleider Menegoni, poderá convocar voluntários para reforçar as ações de resposta ao desastre climático e promover junto à comunidade campanhas de arrecadação de recursos para facilitar as ações de assistência à população atingida.
Em vigor a partir desta terça-feira (31), o decreto tem duração de 90 dias, podendo ser prorrogado até o prazo máximo de 180 dias.