Uma caminhada pelo Centro de Rio Grande marcou de forma incisiva a cobrança das dívidas que o Governo do Estado mantém com prefeituras e instituições de saúde da região.
A Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) estima que este débito alcance os R$ 60 milhões. Apenas com a Santa Casa de Rio Grande a dívida é de R$ 21 milhões.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o administrador do hospital, Jeferson Alonso, disse que além dos pagamentos atrasados e da falta de materiais hospitalares, a entidade também foi obrigada a suspender cirurgias eletivas e fechar o setor de traumatologia.
– A saúde está morrendo e a Santa Casa está na UTI. Não temos mais como manter o hospital sem os repasses do Governo do Estado – disse Alonso.
Mais de vinte municípios da região, incluindo Canguçu, acessam serviços de alta e média complexidade na instituição. Para o prefeito Gerson Nunes, que participou do ato,
– A partir dessa mobilização já conseguimos uma audiência com o governador, onde cobraremos essas dívidas que se prolongam há bastante tempo, tanto no caso dos hospitais como da Secretaria de Saúde – destacou.
Em relação a Canguçu, os repasses em atraso somam R$ 2 milhões.
– São recursos de programas que o Estado deveria dar a contrapartida ao município, e isso não está acontecendo. O mínimo que podemos esperar do Governo do Estado é que cumpra os convênios que assinou com os municípios – enfatiza.
O gestor citou exemplos como Santana da Boa Vista, onde o hospital local suspendeu os atendimentos devido à falta de recursos.
– A cada hospital que fecha as portas na região, aumenta a demanda para as demais casas de saúde que ainda mantêm o atendimento aos pacientes – finalizou.